História

A sua História

Silves terá tido origem, muito provavelmente, numa importante feitoria fenícia do 1º milénio a.C, a chamada Cilpes, que distava da atual cidade cerca de dois quilómetros. Encontram-se também vestígios da ocupação romana, no núcleo urbano da cidade.

A sua história remonta a tempos muito antigos, como atestam os achados arqueológicos que revelam indícios de ocupação desde a Idade do Ferro.

A ocupação muçulmana foi a que exerceu maior influência no território, estando presente desde os séculos VIII a XIII.

A cidade foi tomada por tropas islâmicas em 716 e foi-lhe dado o nome de “Xelb”.

É durante este período, particularmente nos séculos IX a XII, que Silves se torna num importante centro económico, social e cultural, tendo recebido o título de “berço da poesia arábico–andalusa”, sendo conhecida como a cidade de filósofos e poetas, como Ibn Caci, Ibn Ammar ou o rei Al-Mutamid.  Na cidade habitava um núcleo da nobreza islâmica, proveniente de habitantes da Península Arábica, principalmente iemenitas.

No século XII a cidade, denominada Xelb (ou Xilb), era descrita por geógrafos como sumptuosa e imponente e comparada em grandiosidade com Lisboa, Sevilha e Córdova.

Do período de ocupação árabe datam os principais monumentos da cidade, dos quais se destacam o Castelo, importante fortificação militar, dos mais bonitos e bem conservados do país, a atual Sé e o Poço-cisterna almóada, exemplar único à escala mundial.

Silves Séc. XII-XIII – Desenho de Vítor Borges

Silves Séc. XII-XIII – Desenho de Vítor Borges

 

Em 1189, Silves foi atacada e tomada aos Almóadas por D. Sancho I com o auxílio de um contingente de Cruzados em trânsito para a Terra Santa. Esta força era composta por três mil e quinhentos homens de armas  de nacionalidade flamenga, germânica, britânica e dinamarquesa, e trinta e seis navios.

Após renhido combate a cidade rendeu-se pela sede e começou um tremendo massacre de quase toda a população. Muitos dos sobreviventes fugiram para Sevilha deixando para trás de si uma cidade arrasada e pilhada pelos cruzados cristãos.

Nessa altura, D. Sancho I intitulou-se Rei de Portugal e de Silves, porém o primeiro domínio cristão só durou três anos.

Os muçulmanos retomaram Silves em 1191, tendo Al-Mansur dotado a cidade com fortes muros e infraestruturas de aprovisionamento de água. Durante o início deste segundo período do Califado Almóada, Silves foi a capital de uma região que se prolongava desde Aljezur e o Sul da costa alentejana, até aos atuais concelhos de Lagoa e Albufeira, mas a cidade perdera o fulgor que tivera durante séculos.

Entre 1242 e 1246 a cidade é reconquistada definitivamente por D. Paio Peres Correia.

Em 1266, D. Afonso III concede a Silves um foral semelhante ao que havia sido atribuído a Lisboa, e em 1269 o mesmo rei concede aos mouros forros de Silves um novo foral, que será revogado em 1504 pelo de D. Manuel I.

Será a partir de 1267 que o reino do Algarve se assume, levando D. Afonso III a nomear um bispo, elevando Silves a sede episcopal e tornando-a capital de todo o Algarve.

No século XV, o infante D. Henrique é nomeado Alcaide-Mor de Silves, que era então uma cidade de considerável importância marítima, comercial e agrícola, possuidora de estaleiros de construção naval e de excelente porto fluvial, bem perto do Atlântico. Muitos dos seus moradores  participaram, direta ou indiretamente, no processo dos Descobrimentos, sendo o mais conhecido Diogo de Silves, a quem se atribui a descobertas dos Açores, em 1427.

Durante os séculos XIV e XV Silves desfrutou de prosperidade por ser a capital do bispado e pelo seu florescente comércio marítimo.

Mas os séculos seguintes trouxeram o assoreamento do rio Arade, a principal via de comunicação com o exterior, o que foi nefasto para a cidade que perde progressivamente a sua importância económica, política, religiosa e militar. Em 1534, a sede episcopal é mudada para Faro e a cidade enfrentou uma crise muito séria, agravada pelo Terramoto de 1755 que deixa pouco mais de uma dezena de casas habitáveis.

 

Silves, litografia publicada em 1844

Silves, litografia publicada em 1844

O renascimento da cidade dá-se com o aparecimento e forte desenvolvimento da indústria corticeira, nas últimas décadas do século XIX. Importante centro operário e industrial, prosperando em população e novas edificações, desenvolve-se política e culturalmente para as causas republicanas e sindicalistas que ainda hoje se reconhecem na toponímia das suas ruas. Silves torna-se o maior centro corticeiro do país, produzindo e exportando para todo o mundo.

Silves, a “Fábrica do Inglês”

Silves, a “Fábrica do Inglês”

 

O Estado Novo irá quebrar este ciclo de expansão, forçando à deslocalização das fábricas de cortiça, para por termo às lutas operárias e reduzir a força dos sindicatos.

Durante o período da ditadura, Silves foi um dos concelhos onde se verificou uma maior resistência antifascista, com muitos dos seus habitantes presos e perseguidos pela polícia política e a cidade, em particular, era alvo de um grande controlo por parte da PIDE. Após a participação dos operários de Silves na tentativa falhada de golpe de estado a 18 de Janeiro de 1934, (no qual participaram também operários da Marinha Grande, Barreiro e Seixal) a repressão torna-se mais intensa e o Estado Novo opta por forçar os empresários corticeiros a deslocalizarem as suas fábricas de cortiça para outros locais, o que conduz, novamente, a um período de definhamento da cidade.

Silves, Vista Parcial

Silves, Vista Parcial

 

Mais recentemente, a freguesia assentou grande parte da sua atividade económica na agricultura de regadio e nos pomares de citrinos, uma herança proveniente dos muçulmanos que governaram Silves até ao século XIII e que introduziram novas técnicas agrícolas e espécies como os citrinos.

A especificidade e a grande qualidade da Laranja de Silves levou a que o Município de Silves criasse, em Abril de 2016, a marca “Silves, Capital da Laranja”, atestando a proveniência do fruto que se produz em praticamente todo o concelho.

Capital da Laranja

Uma outra atividade tem também ganho grande projeção nos últimos anos, a produção vinícola, e os “Vinhos de Silves”, marca também registada pelo Município de Silves, têm hoje um prestígio reconhecido através de muitos prémios em concursos internacionais.

Vinhos de Silves

Vinhos de Silves

Numa freguesia com tanta riqueza cultural e patrimonial, a atividade turística ocupa um lugar relevante na economia, um território muito vasto, com uma extensa área serrana e cujo centro urbano, a cidade de Silves, é um lugar cada vez mais visitado e procurado não só por turistas como também por pessoas que aqui procuram fixar residência, numa freguesia ainda caracterizada pela tranquilidade e segurança, a par de uma grande beleza paisagística e muitos motivos de interesse.

O Castelo de Silves, uma imponente construção militar com mais de mil anos, e a Sé de Silves são dois dos monumentos mais visitados na região.

A gastronomia e a doçaria da freguesia são outros atrativos que ganham cada vez mais projeção.

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